quarta-feira, 24 de outubro de 2012

INDICAÇÃO DO EDITOR: VOCÊ É MEDÍOCRE?

INDICAÇÃO DO EDITOR: ESSENCIAL!
Capa do livro: Homem Medíocre, O - Pequeno ensaio Moral e Ética dirigido aos jovens, Fernando Simas FilhoHomem Medíocre, O - Pequeno ensaio Moral e Ética dirigido aos jovens
José Ingenieros, 164 pgs.
Publicado em: 20/12/2002
Editora: Juruá Editora
ISBN: 853620172-X


“O Homem Medíocre” é um ensaio filosófico sobre a natureza humana. O autor nos faz pensar sobre a mediocridade que marca as sociedades modernas, com os homens envoltos em suas rotinas e sem idealismo. São seres humanos “normais” que passam a vida sem vivê-la. Na verdade, reproduzem e vegetam. São homens e mulheres imersos em seus pequenos mundinhos, excessivamente prudentes, pragmáticos e sem ideais. Recusam-se a sonhar! Os seus horizontes não vão além dos instintos e necessidades imediatas.

DESTAQUES:

“Muitos nascem: poucos vivem. Os homens sem personalidade são inumeráveis e vegetam, moldados pelo meio, como cera fundida no cadinho social. Sua moralidade de catecismo e sua inteligência quadriculada, os constrangem a uma perpétua disciplina do pensamento e da conduta; sua existência é negativa como unidade social.

O homem medíocre é uma sombra projetada pela sociedade; é, por essência, imitativo, e está perfeitamente adaptado ara viver em rebanho, refletindo rotinas, preconceitos e dogmatismos reconhecidamente úteis para a domesticidade”.


Não vibram com tensões mais altas de energia; são frios, embora ignorem a seriedade; apáticos, sem serem previsores; acomodatícios sempre, nunca equilibrados. Não sabem estremecer, num calafrio, sob uma carícia terna, nem desencadear de indignação, diante de uma ofensa.

Não vivem a sua vida para si mesmos, senão para o fantasma que projetam na opinião dos seus semelhantes. Carecem de linha; sua personalidade se desvanece, como um traço de carvão sob a ação do esfuminho, até desaparecer por completo. Trocam a sua honra por uma prebenda, e fecham a sua dignidade com chave, para evitar um perigo; renunciaram a viver, ao invés de gritar a verdade em face do erro de muitos. Seu cérebro e seu coração estão entorpecidos igualmente. Como pólos de um imã gasto.

Quando se arrebanham, são perigosos. A fôrça do número supre a debilidade individual: mancomunam-se aos milhares, para oprimir todos quantos desdenham encadear a sua mentalidade nos elos da rotina.

Subtraídos à curiosidade do sábio, pela couraça da sua insignificância, fortificam-se na coesão do total; por isso, a mediocridade é moralmente perigosa, e o seu conjunto é nocivo em certos momentos da história: quando reina o clima da mediocridade.

São prosaicos  Não têm ânsias de perfeição: a ausência de idéias impede-os de pôr, em seus atos, o grão de sal que profetiza a vida.

Pressentem um perigo em toda ideia nova; se alguém lhes dissesse , que os seus preconceitos são idéias novas, chegaria a julgá-los perigosos.

Vivem uma vida que não é viver. Crescem e morrem como plantas; não necessitam ser curiosos, nem observadores. São prudentes, por definição, de uma prudência desanimadora. Se um deles passasse junto ao campanário inclinado de Piza, afastar-se-ia, temendo morrer esmagado.

No verdadeiro homem medíocre, a cabeça é um simples adorno do corpo. Se nos ouve dizer que serve para pensar, julga que estamos loucos” .

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