SDS!
É muito comum escutarmos críticas à forma abreviada que os jovens usam na comunicação via internet. Mas será que isto é novo? A internet, principalmente via salas de bate-papo, exige uma comunicação rápida para não cansar os envolvidos na conversa.
É muito comum escutarmos críticas à forma abreviada que os jovens usam na comunicação via internet. Mas será que isto é novo? A internet, principalmente via salas de bate-papo, exige uma comunicação rápida para não cansar os envolvidos na conversa.
A telefonia celular
difundiu o envio de mensagens SMS – conhecidas por "torpedos". Mandam-se
mensagens de qualquer lugar e a qualquer hora. Mais uma vez, as limitações
tecnológicas – neste caso, o tamanho da tela do aparelho e a funcionalidade do
teclado – influenciam a estrutura da língua utilizada: quanto menos caracteres
utilizados, mais espaço para a mensagem e mais ágil e fácil enviá-la.
A regra da natureza
aplica-se neste caso: adaptação é sobrevivência! Então, é natural que as
pessoas abreviem palavras muito recorrentes de forma a agilizar a digitação e por
conseqüência a comunicação em si. Mas, nas antigas salas de aula, onde o
professor ditava e os alunos copiavam, quem não usou abreviações?
A proliferação de
abreviaturas, hoje característica comum às variedades de ambientes virtuais, não
é novidade e já aconteceu em vários outros períodos históricos, mais
especificamente, na Idade Média, também motivada por pressões decorrentes da
tecnologia da época. Antes da invenção da imprensa, o trabalho de divulgação e
reprodução do conhecimento era feito pelos monges copistas, nos mosteiros
medievais. A tarefa árdua da cópia fez com que se desenvolvesse o hábito das
abreviações.
E os telegramas e os telex
(“vg” para vírgula; eh para é...)? Eram ou não eram uma linguagem à parte? Isto
sem falar nos dialetos fechados como a “língua do P”...
O internetês não
representa uma ameaça ao idioma. Bobagem! No passado a grafia do “caipirês” de
Chico Bento, personagem de Mauricio de Sousa, também foi atacado pelo risco de
ensinar errado às crianças... Não aconteceu!
A língua é viva e
sócio-historicamente construída. A linguagem, como espelho da vida social,
ajusta-se ao momento, aos meios, à tecnologia. Tudo que não se adapta aos novos
contextos é extinto. Seja animal ou linguagem. Gosto de pensar na Linguagem como
uma roupa: cada ambiente pede a sua. Reconhecer e respeitar isto é inteligência
e bom senso.
Ou você ainda fala
Vossa Mercê em vez de você? Começou de uma
expressão bem maior, que era "vossa mercê", um tratamento mais
respeitoso. Depois foi "vosmecê", "você" e hoje já usam
intensamente o "cê”.
Cabe às escolas
entenderem esta dinâmica e propor uma educação efetivamente libertadora que
permita o desenvolvimento do senso crítico e o discernimento. Tal e qual tudo
mais na sociedade, devemos ensinar uma etiqueta lingüística: o que falar, onde
falar, como falar!
Bjos!
Bjos!
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