Veja que é uma briga antiga entre forma e conteúdo, mas não são opções excludentes entre si. Trata de ter o devido cuidado, tanto metodológico, como da melhor forma de transmitir a mensagem de forma a cumprir a sua função essencial. Desculpem-me mas não acredito necessariamente em correto. Acredito e defendo a norma culta da língua (e suas variantes regionais, histórica e sociologicamente construída) mas reconheço os desníveis sócio-econômicos que gera realidades culturais diferentes. Entendo a linguagem tal e qual uma roupa: cada ambiente exige uma roupa específica e uma linguagem específica. Se o objetivo-mor da comunicação é passar uma mensagem de forma a ser entendida pelo receptor, temos que levar em conta a realidade do receptor de forma a utilizar a melhor estratégia de comunicação para que a mensagem seja entendida.
Se tratando da construção de um personagem em um romance, por exemplo. Se o personagem for um pescador, um homem simples do povo submetido às limitações de acesso que esta faixa da população é vítima. Será que devemos utilizar a norma culta para representar seus diálogos? Lógico que não. Temos que respeitar a sua realidade imediata. Se colocássemos o pescador falando como um doutor, isto sim seria erro...
Agora pense em uma cena da vida real: você conversando com um pescador.. que tipo de linguagem deveria utilizar para ser entendido? Devemos ter cuidado com o pedantismo linguístico ou com a utilização da língua como instrumento de poder e status social.
ENTÃO, concluo afirmando que a forma está a serviço do conteúdo e da proposta da comunicação em si. Veja um Guimarães Rosa e sua criação de palavras... Veja a liberdade das poesias... Veja o Saramago - Prêmio Nobel - que não utiliza a vírgula em suas produções... MAS cuidado! Sendo a forma um suporte para o conteúdo, se for utilizado de forma errada, pode distorcer a mensagem original e gerar erros de interpretação, não é verdade?
Em si tratando de comunicação, todo cuidado é pouco, principalmente na tentação de generalizar e criar receitas de bolo!
ENTÃO, concluo afirmando que a forma está a serviço do conteúdo e da proposta da comunicação em si. Veja um Guimarães Rosa e sua criação de palavras... Veja a liberdade das poesias... Veja o Saramago - Prêmio Nobel - que não utiliza a vírgula em suas produções... MAS cuidado! Sendo a forma um suporte para o conteúdo, se for utilizado de forma errada, pode distorcer a mensagem original e gerar erros de interpretação, não é verdade?
Em si tratando de comunicação, todo cuidado é pouco, principalmente na tentação de generalizar e criar receitas de bolo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário