domingo, 23 de setembro de 2012

VOCÊ CONHECE A SUA REAL CAPACIDADE?

Era uma vez, um sábio chinês e seu discípulo. Em suas andanças, avistaram um casebre de extrema pobreza onde vivia um homem, uma mulher, 3 filhos pequenos e uma vaquinha magra e cansada. Com fome e sede o sábio e o discípulo pediram abrigo e foram recebidos. O sábio perguntou como conseguiam sobreviver na pobreza e longe de tudo.
- O senhor vê aquela vaca ? – disse o homem. Dela tiramos todo o sustento. Ela nos dá leite que bebemos e transformamos em queijo e coalhada. Quando sobra, vamos à cidade e trocamos por outros alimentos. É assim que vivemos.
O sábio agradeceu e partiu com o discípulo. Nem bem fizeram a primeira curva, disse ao discípulo :
- Volte lá, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali em frente e atire-a lá em baixo.
O discípulo não acreditou.
- Não posso fazer isso, mestre ! Como pode ser tão ingrato ? A vaquinha é tudo o que eles têm. Se a vaca morrer, eles morrem !
O sábio, como convém aos sábios chineses, apenas respirou fundo e repetiu a ordem :
- Vá lá e empurre a vaquinha.
Indignado porém resignado, o discípulo assim fez. A vaca, previsivelmente, estatelou-se lá embaixo.
Alguns anos se passaram e o discípulo sempre com remorso.
Num certo dia, moído pela culpa, abandonou o sábio e decidiu voltar àquele lugar. Queria ajudar a família, pedir desculpas.
Ao fazer a curva da estrada, não acreditou no que seus olhos viram. No lugar do casebre desmazelado havia um sítio maravilhoso, com árvores, piscina, carro importando, antena parabólica. Perto da churrasqueira, adolescentes, lindos, robustos comemorando com os pais a conquista do primeiro milhão. O coração do discípulo gelou. Vencidos pela fome, foram obrigados a vender o terreno e ir embora.
Devem estar mendigando na rua, pensou o discípulo.
Aproximou-se do caseiro e perguntou se ele sabia o paradeiro da família que havia morado lá...

- Claro que sei. Você está olhando para ela.

Incrédulo, o discípulo afastou o portão, deu alguns passos e reconheceu o mesmo homem de antes, só que mais forte, altivo, a mulher mais feliz e as crianças, jovens saudáveis. Espantado, dirigiu-se ao homem e disse :
- Mas o que aconteceu ? Estive aqui com meu mestre alguns anos atrás e era um lugar miserável, não havia nada. O que o senhor fez para melhorar de vida em tão pouco tempo ?
O homem olhou para o discípulo, sorriu e respondeu :
- Nós tínhamos uma vaquinha, de onde tirávamos o nosso sustento. Era tudo o que possuíamos, mas um dia ela caiu no precipício e morreu. Para sobreviver, tivemos que fazer outras coisas, desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos. E foi assim, buscando novas soluções, que hoje estamos muito melhor que antes.

PORTUGUÊS SEM MISTÉRIO... NÃO EXISTE! DICAS DO EDITOR.

 
Finalmente estou terminando o meu mais novo livro. Os outros 11 são sobre a História e crônicas curitibanas. Dediquei-me esses últimos 12 anos a este namoro com Curitiba o que legitimou-me como CURITIBAIANO. E colhi bons e gratos frutos que posso sintetizar com o título de CIDADÃO HONORÁRIO DE CURITIBA, entre os mais de 30 prêmios que orgulhosamente ganhei.

Mas, agora, mudei o foco: PORTUGUÊS! 

Anunciei o lançamento e não consegui terminar, ou melhor, faltava algo que o legitimasse. Não sabia entender o quê... talvez o fato de não ser professor de Português... Mas, agora, entendi o que faltava: o contexto. Não sou professor de português e nem um grande entendido, mas trabalho com a nossa língua diariamente. Então, diante do reconhecimento das minhas limitações nos usos das palavras e do contato diário com as limitações dos outros, de várias classes sociais e profissionais, surgiu este livro!

PORTUGUÊS SEM MISTÉRIO... NÃO EXISTE! DICAS DO EDITOR. 

Entre Coordenador de projetos editoriais e Editor já são mais de 20 anos - e quase 500 títulos de livros e mais de 20 revistas e jornais - de exercício deste prazer de semear livros e amigos. 20 felizes anos onde travei contato com tudo e todos. Já avaliei desde livros de demonismo e Guias de como enriquecer até grandes livros de poesia e romances, e posso destacar uma característica muito comum a todos: os escorregões no Português. Este livro trata, de forma prática e divertida, dos erros mais comuns que tenho visto e colecionado, até para evitá-los.

EM BREVE...

DICA DO EDITOR: Gratuito ou Gratuíto?

É comum ouvirmos as pessoas pronunciarem o “i” da palavra “gratuito” com maior intensidade (tônico, forte). Exemplo: Fazendo a matrícula, o material didático é gratuito.

BEM, levando em consideração as regras de acentuação gráfica do Português do Brasil, o “i” dessa palavra obrigatoriamente receberia um acento agudo (gratuíto). E NÃO LEVA! 

VEJA: se o “i” fosse tônico, também teria que ser acentuado porque constituiria um “hiato” (encontro entre duas vogais, pronunciadas em sílabas diferentes, uma imediatamente seguinte à outra); e assim entraria na regra de acentuação dos hiatos: “acentue o i e o u tônicos, quando forem a segunda vogal do hiato: saída, saúde.”

OU SEJA: a palavra gratuito é paroxítona. Assim não deverá ser acentuada e deverá ser pronunciada com a tonicidade na sílaba tui (gra-tui-to). A palavra gratuito deverá ser pronunciada como as palavras circuito, fortuito, intuito, sendo a vogal u a vogal tônica.

DICA DO EDITOR: Dúvida Cruel: esse, este ou aquele?

“Esse”, “este” e "aquele" são pronomes demonstrativos que têm formas variáveis de acordo com o lugar e o tempo. 

a) Esteesta isto são usados para objetos que estão próximos do emissor da mensagem, ou seja, de quem fala. Em relação ao tempo, é usado no presente ou futuro imediato. Exemplos: Este brinco na minha orelha é meu. Este mês vou comprar um sapato novo. Isto aqui na minha mão é de comer?

b) Esseessaisso são usados para objetos que estão próximos do receptor da mensagem, ou seja, de quem escuta. Em relação ao tempo é usado no passado próximo ou futuro. Exemplos: Quando comprou esse brinco que está na sua orelha? Esse mês vai ser de muita prosperidade! Isso que você pegou na geladeira é de comer?

C) Aquele, aquela, aquilo são usados para objetos longe do emissor e do receptor. Em relação ao tempo é usado no passado. Exemplo: Aquela casa antiga por onde passamos todos os dias será demolida amanhã. 

IMPORTANTE: 
1ª pessoa: este, esta, isto 
2ª pessoa: esse, essa, isso 
3ª pessoa: aquele, aquela, aquilo.

PARECE SIMPLES MAS NÃO É!