sábado, 9 de fevereiro de 2013

CARNAVAL: A PALAVRA E A FESTA!

O termo carnaval é de origem incerta, embora seja encontrado já no latim medieval, como “carnem levare” ou “carnelevarium”. O carnaval é celebrado 40 dias antes da Páscoa, e surgiu quando, no século XI, foi implantada a Semana Santa para reverenciar a paixão e morte de Jesus Cristo. Este período é chamado pela Igreja de Quaresma que indica quarenta dias de jejum principalmente com abstinência de carne. Este período é caracterizado por muitas privações, e foi responsável por incentivar aqueles festejos carnavalescos onde a própria palavra carnaval indica o adeus aos prazeres da carne. O carnaval acontece geralmente durante três dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. 

Na verdade, a festa e a própria origem do carnaval é obscura com várias tentativas de explicação. É possível que suas raízes se encontrem num festival religioso primitivo, pagão, que homenageava o início do Ano Novo e o ressurgimento da natureza, mas há quem diga que suas primeiras manifestações ocorreram na Roma dos césares, ligadas às famosas saturnálias, de caráter orgíaco. Contudo, o rei Momo é uma das formas de Dionísio — o deus Baco, patrono do vinho e do bacanal, e isto faz recuar a origem do carnaval para a Grécia arcaica, para os festejos que honravam a colheita. Sempre uma forma de comemorar, com muita alegria e desenvoltura, os atos de alimentar-se e beber, elementos indispensáveis à vida, sempre com muito sexo e alegria.

No Brasil, o primeiro carnaval surgiu em 1641, promovido pelo governador Salvador Correia de Sá e Benevides em homenagem ao rei Dom João IV, restaurador do trono de Portugal. Depois, os festejos carnavalescos, com o nome de Entrudo, foram levados para o Brasil pelos portugueses. Durante estes festejos aconteciam brincadeiras violentas, com os foliões a lançarem farinha, tintas e água suja uns aos outros. Estas práticas foram proibidas por lei e, por isso, passaram a ser utilizadas serpentinas de papel e confetes coloridos. Aos poucos, o entrudo português foi sendo adaptado, ao assimilar as tradições africanas. Aos escravos devem-se os ritmos e instrumentos de percussão usados no Carnaval brasileiro. No século XIX, os operários urbanos começaram a juntar-se em grêmios (associações profissionais), que continuaram e desenvolveram a tradição dos desfiles. Ao mesmo tempo em que se desenvolviam as futuras escolas de samba, institucionalizadas no Rio em 1935, as classes altas importavam da Europa os sofisticados Bailes de Máscaras e as Alegorias. Em 1870 foi criado o Maxixe, um tipo de música específico para o Carnaval.