quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Euclides da Cunha

Euclides da Cunha nasceu em Cantagalo, Rio de Janeiro, em 20-01-1866. Ficou órfão de mãe aos três anos, sendo educado pelas tias. Estudou em conceituados colégios, ingressou na Escola Politécnica e, um ano depois, na Escola Militar da Praia Vermelha.
Em 1888, saiu do Exército. Participou ativamente da propaganda republicana no jornal O Estado de São Paulo.
Proclamada a República, foi reintegrado ao Exército com promoção. Ingressou na Escola Superior de Guerra e conseguiu ser o 1º.tenente e bacharel em Matemáticas, Ciências Físicas e Naturais.
Casou-se com Anna Emília Ribeiro, filha do major Sólon Ribeiro um dos líderes da República.
Em 1891, deixou a Escola de Guerra.
Quando a guerra contra os habitantes de Canudos se tornou assunto nacional, os principais jornais do país passaram a noticiar o desenrolar dos fatos e repórteres passaram a deslocar-se para a região. Um dos principais jornalistas a acompanhar a última expedição foi Euclides da Cunha.
Euclides escrevia para o jornal O Estado de São Paulo e foi como correspondente desse jornal que acompanhou a quarta expedição. Das reportagens que fez na ocasião e das anotações que trouxe resultou o famoso livro Os Sertões, publicado em 1902. A obra teve enorme repercussão, não só pelo fato de denunciar o massacre cometido contra a população de Canudos, mas também pela força impressionante do estilo do autor.
Euclides da Cunha faleceu em 1909.

Iconografia de Euclides da Cunha
Autor: Felipe Pereira Rissato
Páginas: 120 pgs.
Ano da Publicação: 2011
Editora: Instituto Memória
Preço: R$ 30,00

 
SINOPSE
O livro Iconografia de Euclides da Cunha, organizado pelo pesquisador Felipe Pereira Rissato, é um retrato impressionante do itinerário biográfico do autor de Os sertões. Essa reunião de fotografias é o resultado de um trabalho minucioso, de cerca de uma década, em que se focaliza Euclides em diferentes momentos de sua vida, completado com uma sequência de imagens de seus familiares.
O principal aspecto a destacar é que o acervo fotográfico conhecido até então de Euclides em vida não chegava a trinta imagens. Agora Felipe Rissato nos apresenta um total de quarenta e seis, quantidade expressiva quando se sabe que a preservação de retratos, naquela época, era muito precária.
As fotos, como documentos de representação social, falam por si mesmas. Exemplo disso é a primeira que abre o livro, em que aparece Euclides em torno de dez anos com olhar penetrante, postura incisiva pronta para enfrentar o mundo.  Essa visão sofreu mutações ao longo dos bons e maus momentos da sua vida pública e privada. As fotos que mostram o escritor entre os vinte e vinte e cinco anos revelam o olhar melancólico de um homem de feitio político determinado, que propõe o fim do Império e o estabelecimento da República.
A seguir aparecem as fotos da fase consagradora de Euclides quando da publicação de Os sertões. É o momento em que a iconografia serve para canonizar o autor que acabara de publicar a Bíblia da nossa nacionalidade. A foto mais conhecida desse momento é Euclides vestido de terno de risca-de-giz, imponente, de braços cruzados, mirando o infinito, sentindo-se, no dizer de Gilberto Freire, “o poeta, o profeta, o artista cheio de intuições geniais.”
Esse percurso visual de Euclides da Cunha modifica-se grandemente depois que assume a chefia da Comissão Brasileira de Reconhecimento do Alto Purús. Em todas as fotos tiradas na Amazônia, Euclides está sempre de perfil: em pé com membros da Comissão, sentado com eles entre pedras, no estúdio posando para George Huebner, descobre-se sempre o mesmo olhar que se transmuda melancólico. Contudo, a melancolia não o abateu na “terra sem história”, a selva. Os versos de “Se acaso uma alma se fotografasse”, soneto escrito em fotografias feitas em Manaus, revelam seu espírito satírico, cujas quatro versões têm o mesmo verso como chave de ouro: “O mais triste, o mais pálido e o mais feio...”, a confirmar sua trajetória agônica.
A última série de fotos traz Euclides com as maçãs do rosto salientes, um vasto bigode, um olhar duro, entristecido, como se o aguardasse a hora fatal de acertar as contas com o destino.
O levantamento fotográfico que mapeia o universo euclidiano, realizado por Felipe Pereira Rissato, faz da Iconografia de Euclides da Cunha obra de consulta obrigatória, em que o testemunho documental revela pela imagem algo de íntimo do homem que trouxe um novo modo de se olhar o Brasil.

PAULO ROBERTO PEREIRA
Organizou, em 2009, a convite da Editora Nova Aguilar,
a edição do centenário da obra completa de Euclides da Cunha
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Bancário de carreira, publicitário de formação e pesquisador por predileção, Felipe Pereira Rissato tem no currículo a descoberta de cartas, poesias e artigos de Euclides da Cunha desconhecidos do público e inéditos em livro até 2009, quando então foram reunidos na terceira edição da Obra Completa do escritor. Algumas destas cartas inéditas em qualquer meio!

Dentre os artigos por ele encontrados, está o único datado de 1893 até hoje conhecido e nunca referenciado em bibliografias. Intitulado “Atos e Palavras”, trata-se de uma carta aberta ao jornal O Estado de S. Paulo, sendo o suspiro derradeiro da série de oito artigos escritos por Euclides em 1889, publicados quando o jornal ainda se chamava A Província de São Paulo.

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