domingo, 5 de agosto de 2012

HISTÓRIA, TRANSMISSÃO ORAL E PATRIMÔNIO IMATERIAL



A palavra História vem do grego antigo e significa "testemunho", no sentido daquele que vê. 


"A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural."
O Patrimônio Imaterial é transmitido de geração em geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana."

Transmissão Oral é um método de ensino de saberes feita oralmente, pelo povo, de geração em geração, isto é, de pais para filhos ou de avós para netos. Estes saberes tanto podem ser os usos e costumes das comunidades, sua História e tradições, como podem ser os contos populares, as lendas, os mitos e muitos outros textos que o povo guarda na memória (provérbios, orações, lengalengas, adivinhas, cancioneiros, romanceiros, etc.) e que constrói a sua identidade. Também são conhecidos como patrimônio imaterial. Através deles cada povo marca a sua diferença e encontra-se com as suas raízes, isto é, revela e assume a sua identidade cultural.

O conhecimento na tradição oral não tem autoria individualizada. Na realidade ele constitui uma criação coletiva, dado que cada "contador" lhe introduz inevitavelmente pequenas alterações de conteúdo e interpretação. Daí vem o dito popular: "Quem conta um conto, aumenta um ponto". Essas tradições orais, se submetem no tempo e no espaço, ao fenômeno da transplantação sem perder o sinal de origem. Passam de um a outro país, revivendo em raças e povos, as mais das vezes, tão diferentes.
"O problema da verdade histórica é abordado a partir da Memória Coletiva como fonte alternativa de reconstrução do passado, proporcionando, no presente, vez e voz aos discriminados, oprimidos, menosprezados e ofuscados pelo discurso do poder. Com efeito, esse tipo de discurso fora utilizado durante muito tempo pela historiografia tradicional, que priorizava a História Oficial ou vista de cima, com base em documentos escritos de cunho político governamental selecionados tendenciosamente como única fonte credora de confiabilidade.
A questão da hierarquização das fontes históricas é analisada dentro de uma abordagem dialética, onde se alerta para o risco que os historiadores tendem a correr. Neste sentido, é necessário dispensar atenção para não se cometer o equívoco, antes praticado pela historiografia tradicional. É preciso precaução para não se priorizar somente as fontes orais, mas procurar redimensioná-las com fontes escritas, visando uma investigação cada vez mais aprofundada, a fim de se chegar a realidade ou as realidades pretendidas ao final do processo investigativo. 
Mais do que nunca é necessário realçar a importância da memória como resgate de identificação de um povo soberano. O processo hegemônico do binômio globalização/neoliberalismo e sua meta de transformar o mundo numa aldeia global, prima pela perda da identidade dos Estados Nacionais. O resgate oportuno de valores ético-morais, costumes e tradições próprias de uma nação, deve ser meta prioritária na atual sociedade de massa, ávida pelo consumismo, volátil e direcionada pela efemeridade (IANNI, 2002)".

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