terça-feira, 16 de outubro de 2012

Qual o texto mais antigo em português?

É um texto de 1175, chamado Notícia de Fiadores. Quase não tem semelhança com o português atual. Os linguistas identificam vários elementos nele que o caracterizam como português antigo, ou galego-português, e o diferem do latim, ainda muito empregado na época. O documento foi descoberto pela pesquisadora Ana Maria Martins, da Universidade de Lisboa, em 1999. Ela o encontrou no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Confira e compare a versão original com a sua "tradução":

Texto Original
Noticia fecit pelagio romeu de fiadores Stephano pelaiz .xxi. solidos lecton .xxi. soldos pelai garcia .xxi. soldos. Güdisaluo Menendici. xxi soldos /2 Egeas anriquici xxxta soldos. petro cõlaco .x. soldos. Güdisaluo anriquici .xxxxta. soldos Egeas Monííci .xxti. soldos [i l rasura] Ihoane suarici .xxx.ta soldos /3 Menendo garcia .xxti. soldos. petro suarici .xxti. soldos Era Ma. CCaa xiiitia Istos fiadores atan .v. annos que se partia de isto male que li avem

Versão modernizada
Pelágio Romeu lista aqui seus fiadores: para Pedro Colaço, devo dez contos; para Estevão Pais, Leitão, Paio Garcia, Gonçalo Mendes, Egas Moniz, Mendo Garcia e Pedro Soares, deve vinte contos; para João Soares, trinta contos, e para Gonçalo Henriques, quarenta contos. Agora estamos em 1175, e só daqui a cinco anos vou ter que pagar esses patrícios!

PALAVRÕES, XINGAMENTOS... SERÁ?

  • Boceta
Na língua portuguesa o termo boceta designa “caixinha redonda, oval ou oblonga, feita de materiais diversos e usada para guardar pequenos objetos”. Porém, nos dicionários de língua portuguesa brasileira vê-se que em geral o uso da palavra “boceta” é tido como um modo chulo de se referir ao órgão sexual feminino.
  • Porra
A palavra porra é bastante conhecida, em linguagem chula, por significar sêmen, tanto de humanos quanto de animais. Mas seu verdadeiro sinônimo é porrete ou clava, arma muito usada na idade média. 
  • Caralho
Caralho é bem conhecido, em linguagem chula, como pênis. Mas, a palavra se originou dos navios portugueses. Sabem aquelas cestas que ficavam lá no alto dos mastros dos navios onde ficava um marinheiro vigiando? Esse lugar era chamado de caralho. Também servia de castigo para algum tripulante, daí a expressão "Vai pro caralho", significando uma coisa negativa.
  • Cu
O que é, o que é: É redondo, tem um buraco no meio e muita gente gosta de dar.
resposta: O CD! Pensou bobagem, né?

cu é muito conhecido por ser o sinônimo, em linguagem chula, de ânus. Consegue-se entender bem o porquê ao saber que é parte oposta da ponta da agulha, aquela que tem um buraco para se passar a linha.

  • Puta
Puta é como chamamos vulgarmente as garotas de programa ou prostitutas. Puta, na realidade, é um nome dado à deusa menor da agricultura na mitologia romana. Segundo a história, festas aconteciam para celebrar a poda das árvores e honrar a deusa, e durante essas festas as sacerdotisas se prostituíam. 

EDUCAÇÃO: GERAÇÃO ENRASCADA - A NOSSA CULPA!

Texto de autoria desconhecida, originalmente em Português lusitano.

N´OUTRA PUBLICAÇÃO, ESCREVI PARA TERMOS CUIDADOS COM A VISÃO ALARMISTA SOBRE OS MAIS JOVENS, DESACREDITADOS DESDE SÓCRATES. BEM, ESTE TEXTO, ACREDITO QUE SIRVA PARA A MAIORIA DOS FILHOS DA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA. ACHO ATÉ ALARMISTA, SIM, MAS, COM COM MUITA E ALARMANTE VERDADE!
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Um dia, isto tinha de acontecer. Existe uma geração enrascada? Existe mais do que uma! Certamente!

Está enrascada a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida. Está enrascada a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) enrascada são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (atualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.

Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, tanque de combustível cheio, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.

Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes. Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou. Foi então que os pais ficaram enrascados.

Os pais enrascados não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem  Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado. Os pais enrascados deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde  uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais. São pais que contam os centavos para pagar as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquer coisa phones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo enrascados, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados. Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que coleciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional. 

Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a  informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere. 

Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.

Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável. Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada. Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de guarda a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração? Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos! Os jovens que detêm estas capacidades - características não encaixam no retrato coletivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem  são esses que se queixam assim (embora estejam enrascados, como todos nós).

Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados acadêmicos, porque, que inveja!, que chatice!, são cromos que só estorvam os outros e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos enrascados. Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens. Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles. A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.

Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá mais triste prova do nosso fracasso? Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta. Pode ser que nada/ninguém seja assim.
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"Quando um pão com manteiga não serve para alimentar e um copo de água não serve para matar a sede há algo de muito errado! Principalmente em um mundo onde mais da metade morre de fome e de sede e a outra metade de obesidade!" Anthony Leahy

PROFESSOR = PROFESSAR

Professar é fazer profissão de, é declarar, é confessar publicamente. A origem do termo professar remete aos primeiros cristãos: os que professavam a fé em público. Essa situação tinha, sim, a ver com ensinar. Quem declarava sua fé em público, ou seja, dava o testemunho da fé, podia então ensinar a outros do que se tratava ser cristão. Declarar é uma forma de contar, de ensinar. Ensinar é declarar.

Capa do livro: Fundamentos da Educação - Os Diversos Olhares do Educar, Vilma Geni SlomskiFundamentos da Educação - Os Diversos Olhares do Educar
Organizadoras: Elisabeth Christmann Ramos e Karen Franklin, 228 pgs.
Publicado em: 27/9/2010
Editora: Juruá Editora
ISBN: 978853623136-5
Preço: R$ 54,90


             

SINOPSE
A obra toma como fio condutor das discussões os Fundamentos da Educação com o objetivo de explicitar os diversos olhares proporcionados pelas diferentes áreas do conhecimento sobre o fenômeno educativo. Em campo tão vasto e polissêmico como o da Educação, a iniciativa de uma coletânea que retrata a diversidade de pesquisas e de olhares sobre concepções e teorias não é apenas oportuna, é necessária.
O livro foi estruturado em duas partes. A primeira apresenta as bases conceituais, filosóficas e ideológicas sobre as quais foram construídos os princípios, os sentidos e significados das disciplinas de Fundamentos da Educação.

Na segunda parte, o destaque é dado para temas teóricos tratados em sala de aula e textos, produtos das pesquisas desenvolvidas
pelos professores, alguns escritos em parceria com professores de outros departamentos do setor de Educação e alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPR, o que caracteriza o caráter interdisciplinar do livro.