terça-feira, 11 de setembro de 2012

HOMENAGEM DO EDITOR: JOCELINO FREITAS


Capa do livro: Vida em Verso e Prosa - Contos, Crônicas e Poemas Selecionados, Neuza CorassaVida em Verso e Prosa - Contos, Crônicas e Poemas Selecionados - 2ª Edição
Jocelino Freitas, 89 pgs.
Publicado em: 29/5/2012
Editora: Juruá Editora
ISBN: 978853623806-7
Preço: R$ 19,70

* Desconto não cumulativo com outras promoções e P.A.P.         
SINOPSE
“Carta a Andorinha” foi o meu primeiro conto. A partir da singela história de uma árvore que sonha com a liberdade de uma andorinha, muitos romances surgiram. Porém o pequeno conto, por não ser muito extenso, jamais foi publicado. O mesmo posso dizer de “Zé Mané e a Estrelinha”, uma historinha infantil escrita durante a infância de minhas filhas, tentando transmitir algumas lições de bom procedimento diante da vida e do mundo. “Carta de Meu Pai” é um texto que sofri muito ao escrever, até hoje não consigo lê-lo sem chorar.

Este livro é uma coletânea de textos de minha autoria, escritos nos últimos vinte e cinco anos. Não estão em ordem cronológica, cada qual reflete minha visão de mundo no momento em que foi escrito. Angústias, frustrações, esperanças, dúvidas e certezas é o que procurei transmitir em cada um deles.

Quando lancei meu primeiro romance, “O Cristo da Periferia”, em 2006, muitos buscavam algo de autobiográfico nele. Hoje, depois de quatro romances, três antologias e várias participações em livros e eventos literários, quando meus leitores já entenderam que sou um ficcionista, sinto-me à vontade para publicar algo mais intimista, que revela um pouco de quem sou.

Agradeço ao meu editor, Anthony Leahy, que se tornou um grande amigo, por nunca desistir de mim, tornando-se meu confidente nas frustrações deste ingrato mundo da literatura.

Jocelino Freitas


Susto

Já passava da meia-noite quando o editor Anthony Leahy parou de trabalhar. Sua atividade realmente tomava muito do seu tempo. Atender autores, transformar seus projetos em livros e, ainda, vender, não era tarefa fácil. Melhor teria sido permanecer em seu emprego de diretor numa grande editora, com as regalias que o cargo proporcionava. Mas o sonho falara mais alto e, agora, não podia se queixar de sua opção de vida. Tudo ia bem, mas sua vida de dono de editora pequena exigia muito trabalho.

Esses pensamentos lhe tomavam a mente enquanto descia do carro para fechar o portão. Precisava falar com o senhorio para colocar um motor naquele portão. Em pleno século XXI não se admite um portão que não se abra e feche com controle remoto. É mais que uma questão de conforto, é segurança. Mal pensou isso, sentiu uma mão em seu braço, um homem com roupas escuras o abordava. Seus reflexos de professor de capoeira reagiram instintivamente e o homem foi jogado ao chão sem dizer palavra. Anthony pulou sobre ele e o socou, só então percebendo que era um mendigo, implorando para que parasse. Queria apenas pedir uma moeda e levara uma surra. Era o preço por tocar num desconhecido, distraído, de dois metros de altura.

- Nunca mais me toque – disse o ainda irritado editor. - Se o encontrar passando por esta rua de novo, dou-lhe outra coça. - Não era um homem violento, mas o susto que lhe dera o mendigo fez com que seu sangue subisse à cabeça e a ameaça foi apenas um desabafo de quem ainda estava nervoso.

Muito tempo se passou e o caso já havia sido esquecido. Anthony saía da reunião do Instituto Histórico e Geográfico e conversava empolgadamente com um de seus colegas intelectuais. Eram muito bons aqueles encontros, nos quais podia conversar com os moradores mais antigos da cidade e ouvir histórias muito interessantes, aventuras do tempo em que eram crianças, vivendo numa capital com ar provinciano, bem diferente da metrópole em que se transformou.

Percebeu que alguém o olhava, uma dessas situações em que se sente a perturbação com o canto do olho, como se a presença da pessoa atraísse a sua atenção. Era o mendigo, paralisado, branco como um cadáver que, quando o editor olhou para ele, perguntou com um fio de voz:

- O senhor disse para não passar só naquela rua, ou nesta daqui também?
Jocelino Freitas

DESTAQUE DO EDITOR: BERNADETE ZAGONEL - PARIS

Quem já não passou pela experiência de, ao viajar a um país estrangeiro, começar a falar o português com toda a liberdade, como se ninguém o compreendesse. Aí então, comenta sobre o rapaz sentado ao lado, que seu sapato é feio, que a moça da  frente tem o nariz torto, o menino ali perto é um chato porque não pára de se mexer e assim por diante. Na loja, faz os comentários abertamente sobre o modelo, a qualidade do produto, o preço e tudo o mais. Afinal, quem está entendendo o que dizemos? A gente deita e rola. Até dar uma xingadinha naquele que nos esbarrou é permitido, só pra tirar a desforra de todas as ocasiões era que isso não foi possível. Só que, às vezes, pode-se não ficar imune a uma situação desse tipo, se a pessoa alvo dos comentários entender tudo. E é claro que quando se mora durante muito tempo fora, um dia acaba acontecendo, não com turistas, porque estes são reconhecidos de longe. 

Brasileiro em viagem não consegue passar desapercebido, primeiro porque anda sempre em bando,  conversando alto, dando risada, o que na Europa, por exemplo, quase não existe. E depois porque a maneira de se vestir, as cores que usa, os cortes de cabelo, e o jeito todo de ser, não enganam.  Quando se trata de um brasileiro residente no exterior a coisa fica mais difícil, pois ele já se integrou à nova cultura, e se mistura na multidão, com uma aparência disfarçada. E é numa dessas que a gente se enrosca. Além do mais, não se pode esquecer que existem também portugueses soltos pelo mundo. Eles obviamente entendem nossa língua. 

Lógico que um pequeno episódio aconteceu comigo também enquanto morava na França. Conversávamos animadamente, eu e um amigo brasileiro, que criticava a maneira sisuda de os franceses se portarem no metrô. “Como essa ali", disse apontando para nossa vizinha de banco. "Olha só a cara dela, parece que está de mal com o mundo. Nem desgruda o olho do livro. Não suporto gente assim.” Ao que a outra respondeu, sem pestanejar, num bom e claro português: “Mesmo que seja uma brasileira?”. Dá para imaginar com que cara ficamos, não? Por isso, atenção! Antes de dar uma bola fora, pense duas vezes. E só pense. Fique quietinho no seu canto, e não diga nada. Porque depois, não tem como consertar. 
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Capa do livro: Em Paris Tudo Acontece - Crônicas, Coordenadores: André Trindade e Germano SchwartzEm Paris Tudo Acontece - Crônicas - 2ª Edição
Bernadete Zagonel, 109 pgs.
Publicado em: 29/5/2012
Editora: Juruá Editora
ISBN: 978853623805-0
Preço: R$ 19,70

* Desconto não cumulativo com outras promoções e P.A.P.         
SINOPSE

As crônicas escolhidas e compiladas para este livro foram todas publicadas no jornal Gazeta do Povo, de circulação em Curitiba e no restante do Paraná. Elas foram resultado de observações e percepções durante minha estada de quase cinco anos em Paris, onde fui fazer meu Doutorado na área de música.
O olhar de um estrangeiro pode, muitas vezes, captar situações imperceptíveis para os moradores do local, ao ver a sociedade e as relações interpessoais de acordo com seus próprios parâmetros. Assim aconteceu também comigo.

Não procurei, de forma alguma, fazer julgamentos sobre o que eu via e sentia. Apenas relatei e, claro, não pude me furtar a comparar e temperar os casos com minhas opiniões. Presenciei algumas situações engraçadas, outras inusitadas e muitas bem comuns, mas que, de alguma forma, me impulsionaram a compartilhar com meus compatriotas.

A cidade de Paris é única. Sempre linda, imponente, cativante, repleta de gente de todos os cantos. Por isso convido você, que se dispõe a ler esses relatos, a conhecê-la, e aos seus habitantes, com esse olhar de amor e de paixão. Que a leitura destas crônicas lhe desperte estes mesmos sentimentos, e lhe tragam momentos de agradável e divertido lazer.

Bernadete Zagonel

QUEM É BERNADETE ZAGONEL

Doutora em Musica pela Universidade Sorbonne (Université de Paris IV ). Mestre em Educação pela UFPR. Diploma de Estudos Avançados em Música e Musicologia do Séc. XX pela Ecole des Hautes Études/IRCAM, Paris, França. Diploma de Estudos Avançados em Musicologia pela Sorbonne, Paris, França. Graduada em Licenciatura em Música pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

Durante sua estada em Paris, dedicou-se também à composição de música eletroacústica, e freqüentou estágios no Atelier des Enfants do Centro Georges Pompidou, no GRM (Grupo de Pesquisas Musicais), no IRCAM (Instituto de Pesquisas Musicais), na Associação Orff e no Instituto Martenot.

Professora Titular de Educação Musical da UFPR (1978-2004). Professora Titular da Escola de Música e Belas-Artes do PR (1978- 2002). Coordenadora e professora do curso de Pós-graduação a distância de Metodologia do Ensino de Artes, FACINTER- Grupo Uninter, desde 2008. Professora de cursos de Pós-graduação na área de Artes e de Música do IBPEX desde 1998.

Foi chefe do Departamento de Artes da UFPR e Coordenadora do Curso de Educação Artística. Criou e implantou os Cursos de Graduação em Música (Produção Sonora e Educação Musical) da UFPR. Presidente do Conselho de Curadores da UFPR (que faz a fiscalização econômico-financeira) de 2001 a 2003. Membro do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPE - da UFPR em 1996. Membro da diretoria da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM), com a função de tesoureira (2000-2003). Membro do Conselho Editorial da Associação Brasileira de Educação Musical (1999-2001). Presidente do IX Encontro Nacional da ABEM, em Curitiba (1999), Presidente do V Encontro Internacional de Computação e Música, PUC (2000). Pesquisadora do CNPq de 1996 a 1999. Professora visitante na Universidade Federal da Bahia, atuando no Programa de Pós-Graduação em Música - Mestrado e Doutorado de 1996-1999.

Tem proferido cursos e palestras em diversas instituições de ensino superior como: UNICAMP, UFMG, UFRGS, IBPEX, FACINTER, UFES, Sorbonne, Itaú Cultural, entre outras. Escreveu como colaboradora no jornal Gazeta do Povo, no Paraná, desde 1985.

Vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP) – gestão 2004-2006. Coordenadora da Universidade Livre do Comércio da ACP de 2004 a 2006.

Atualmente é Diretora da Universidade Livre do Comércio e Vice-Presidente da ACP Cultural, da Associação Comercial do Paraná.

DESTAQUE DO EDITOR: BERNADETE ZAGONEL - MÚSICA


Capa do livro: Pausa Para Ouvir Música - Um Jeito Fácil e Agradável de Aprender Ouvir Música Clássica, Fabiano Bley FrancoPausa Para Ouvir Música - Um Jeito Fácil e Agradável de Aprender Ouvir Música Clássica - 2ª Edição
Bernadete Zagonel, 159 pgs.
Publicado em: 29/5/2012
Editora: Juruá Editora
ISBN: 978853623804-3
Preço: R$ 37,90

* Desconto não cumulativo com outras promoções e P.A.P.       


SINOPSE

O livro Pausa para ouvir música, elaborado pela pesquisadora e doutora em Música Bernadete Zagonel, atende ao desejo, muitas vezes oculto, de uma grande parte do público que tem vontade de saber mais sobre os aspectos que envolvem a elaboração da composição musical.

Realmente Um jeito fácil e agradável de ouvir música clássica. Entretanto, convém notar que não se trata de um livro escrito exclusivamente para leigos. Certamente este trabalho será de grande valia para estudantes, professores de apreciação musical, formadores de platéia e público em geral.

Maestro Norton Morozowicz
Membro da Academia Brasileira de Música.