A grande maioria dos relógios com mostradores em algarismo romanos adota a forma IIII para representar o número 4. Para alguns, é apenas motivo de simetria estética. Veja no mostrador: que as primeiras quatro horas são representadas pelo numeral I (I, II, III, IIII), as quatro seguintes utilizam o V (V, VI, VII, VIII) e as restantes o X (IX, X, XI, XII). Dessa forma, realmente a estética fica mais simétrica. No entanto, uma história que ganhou fama afirma que há anos, em uma estação ferroviária, uma pequena confusão causou um terrível acidente. O funcionário da estação, encarregado de liberar a saída dos trens, olhou distraidamente para o relógio e viu que ele marcava 5 horas (V) e autorizou que um trem saísse. No entanto, o ponteiro das horas estava em cima do I, do algarismo IV. Eram 4 horas e não 5. Nesse mesmo momento, um outro trem estava chegando e os dois colidiram gravemente. Por causa do ocorrido, ficou estabelecido que todo o numeral IV seria escrito IIII.
O que é certo e comprovado é que é a forma arcaica utilizada no sistema de numeração romana.
Quanto ao Relógio da Parça Osório, veja o que ensina Cid Destefani:
"O relógio da Praça Osório é, sem dúvida, o que tem mais histórias entre os marcadores das horas curitibanas. Foi inaugurado junto com os melhoramentos feitos naquele logradouro pelo prefeito Cândido de Abreu, em 1914. Acontece que ficou no local apenas como um totem durante quatro anos, pois seu mecanismo, encomendado na Alemanha, somente chegaria após o término da Primeira Guerra Mundial, em 1918. Por sinal, seu pedestal foi usado para colocar as bandeiras dos países aliados em sinal de repúdio pelo torpedeamento de embarcações brasileiras por submarinos germânicos.
O relógio da Osório funcionava aos trancos e barrancos. Vivia mais parado e, quando não, nunca estava com a hora certa. O povo comentava: relógio que atrasa não adianta! Por duas vezes sua caixa foi mudada, assim como os mostradores. De redondo passou a ser quadrado e tornou a forma circular. A última mexida que deram no coitado foi por volta de 1993, quando foi retirado da Praça Osório e colocado na Avenida Luiz Xavier, onde em seu pedestal o trêfego prefeito, tentando se eternizar, colocou uma placa de bronze com seu nome que, por sinal, já foi devidamente retirada por algum gatuno."