O termo
carnaval é de origem incerta, embora seja encontrado já no latim medieval, como
“carnem levare” ou “carnelevarium”. O carnaval é celebrado 40 dias
antes da Páscoa, e surgiu quando, no século XI, foi implantada a Semana Santa
para reverenciar a paixão e morte de Jesus Cristo. Este período é chamado pela
Igreja de Quaresma que indica quarenta dias de jejum principalmente com
abstinência de carne. Este período é caracterizado por muitas privações, e foi
responsável por incentivar aqueles festejos carnavalescos onde a própria
palavra carnaval indica o adeus aos prazeres da carne. O carnaval acontece
geralmente durante três dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas.
Na verdade, a festa
e a própria origem do carnaval é obscura com várias tentativas de explicação. É
possível que suas raízes se encontrem num festival religioso primitivo, pagão,
que homenageava o início do Ano Novo e o ressurgimento da natureza, mas há quem
diga que suas primeiras manifestações ocorreram na Roma dos césares, ligadas às
famosas saturnálias, de caráter orgíaco. Contudo, o rei Momo é uma das formas
de Dionísio — o deus Baco, patrono do vinho e do bacanal, e isto faz recuar a
origem do carnaval para a Grécia arcaica, para os festejos que honravam a
colheita. Sempre uma forma de comemorar, com muita alegria e desenvoltura, os
atos de alimentar-se e beber, elementos indispensáveis à vida, sempre com muito
sexo e alegria.
No Brasil, o
primeiro carnaval surgiu em 1641, promovido pelo governador Salvador Correia de
Sá e Benevides em homenagem ao rei Dom João IV, restaurador do trono de
Portugal. Depois, os
festejos carnavalescos, com o nome de Entrudo, foram levados para o Brasil
pelos portugueses. Durante estes festejos aconteciam brincadeiras violentas,
com os foliões a lançarem farinha, tintas e água suja uns aos outros. Estas
práticas foram proibidas por lei e, por isso, passaram a ser utilizadas
serpentinas de papel e confetes coloridos. Aos poucos, o entrudo português foi
sendo adaptado, ao assimilar as tradições africanas. Aos escravos devem-se os
ritmos e instrumentos de percussão usados no Carnaval brasileiro. No século XIX, os
operários urbanos começaram a juntar-se em grêmios (associações profissionais),
que continuaram e desenvolveram a tradição dos desfiles. Ao mesmo tempo em que
se desenvolviam as futuras escolas de samba, institucionalizadas no Rio em
1935, as classes altas importavam da Europa os sofisticados Bailes de Máscaras
e as Alegorias. Em 1870 foi criado o Maxixe, um tipo de música específico para
o Carnaval.