desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais. Filho de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade, proprietários rurais decadentes. Estudou no colégio interno em Belo Horizonte, em 1916. Doente, regressa para Itabira, onde passa a ter aulas particulares. Em 1918, vai estudar em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, também no colégio interno.
Em 1921 começou a publicar artigos no Diário de Minas. Em 1922 ganha um prêmio de 50 mil réis, no Concurso da Novela Mineira, com o conto "Joaquim do Telhado". Em 1923 matricula-se no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte. Em 1925 conclui o curso. Nesse mesmo ano casa-se com Dolores Dutra de Morais. Funda "A Revista", veículo do Modernismo Mineiro.
Drummond leciona português e Geografia em Itabira, mas a vida no interior não lhe agrada. Volta para Belo Horizonte, emprega-se como redator no Diário de Minas. Em 1928 publica "No Meio do Caminho", na Revista de Antropofagia de São Paulo, provocando um escândalo, com a crítica da imprensa. Diziam que aquilo não era poesia e sim uma provocação, pela repetição do poema. Como também pelo uso de "tinha uma pedra" em lugar de "havia uma pedra". Ainda nesse ano, ingressa no serviço público. Foi auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior de Minas.
Em 1930 publica o volume "Alguma Poesia", abrindo o livro com o "Poema de Sete Faces", que se tornaria um dos seus poemas mais conhecidos: "Mundo mundo vasto mundo se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução". Faz parte do livro também, o polêmico "No Meio do Caminho", "Cidadezinha Qualquer" e Quadrilha". Em 1934 muda-se para o Rio de Janeiro, vai trabalhar com o Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. Em 1940 publica "Sentimento do Mundo" influenciado pela Segunda Guerra Mundial. Em 1942 publica seu primeiro livro de prosa, "Confissões de Minas". Entre os anos de 1945 e 1962, foi funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional.
Em 1946, foi premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto da obra. O modernismo exerceu grande influência em Carlos Drummond de Andrade. O seu estilo poético era permeado por traços de ironia, observações do cotidiano, de pessimismo diante da vida, e de humor. Drummond fazia verdadeiros "retratos existenciais", e os transformava em poemas com incrível maestria.
A poesia de Carlos Drummond de Andrade era facilmente entendida e captada pelo grande público, o que o tornou poeta popular, o que não quer dizer que seus poemas fossem superficiais. A Rosa do Povo é um poema muito conhecido e comentado. A rosa nesse poema funciona como metáfora do entendimento universal, dos valores da democracia e da liberdade, valores típicos da modernidade no século 20. Carlos Drummond de Andrade foi também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière.
Em 1950, viaja para a Argentina, para o nascimento de seu primeiro neto, filho de Julieta, sua única filha. Nesse mesmo ano estréia como ficcionista. Em 1962 se aposenta do serviço público mas sua produção poética não para. Os anos 60 e 70 são produtivos. Escreve também crônicas para jornais do Rio de Janeiro. Em 1967, para comemorar os 40 anos do poema "No Meio do Caminho" Drummond reuniu extenso material publicado sobre ele, no volume "Uma Pedra no Meio do Caminho - Biografia de Um Poema". Em 1987 escreve seu último poema "Elegia de Um Tucano Morto".
Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1987, doze dias depois do falecimento de sua filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade.
Obras de Carlos Drummond de Andrade
No Meio do Caminho, poesia, 1928
Alguma Poesia, poesia, 1930
Poema da Sete Faces, poesia, 1930
Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, poesia, 1930
Brejo das Almas, poesia, 1934
Sentimento do Mundo, poesia, 1940
Poesias e José, poesia, 1942
Confissões de Minas, ensaios e crônicas, 1942
A Rosa do Povo, poesia, 1945
Poesia até Agora, poesia, 1948
Claro Enigma, poesia, 1951
Contos de Aprendiz, prosa, 1951
Viola de Bolso, poesia, 1952
Passeios na Ilha, ensaios e crônicas, 1952
Fazendeiro do Ar, poesia, 1953
Ciclo, poesia, 1957
Fala, Amendoeira, prosa, 1957
Poemas, poesia, 1959
A Vida Passada a Limpo, poesia, 1959
Lições de Coisas, poesia, 1962
A Bolsa e a Vida, crônicas e poemas, 1962
Boitempo, poesia, 1968
Cadeira de Balanço, crônicas e poemas, 1970
Menino Antigo, poesia, 1973
As Impurezas do Branco, poesia, 1973
Discurso da Primavera e Outras Sombras, poesia, 1978
O Corpo, poesia, 1984
Amar se Aprende Amando, poesia, 1985
Elegia a Um Tucano Morto, poesia, 1987
Alguma Poesia, poesia, 1930
Poema da Sete Faces, poesia, 1930
Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, poesia, 1930
Brejo das Almas, poesia, 1934
Sentimento do Mundo, poesia, 1940
Poesias e José, poesia, 1942
Confissões de Minas, ensaios e crônicas, 1942
A Rosa do Povo, poesia, 1945
Poesia até Agora, poesia, 1948
Claro Enigma, poesia, 1951
Contos de Aprendiz, prosa, 1951
Viola de Bolso, poesia, 1952
Passeios na Ilha, ensaios e crônicas, 1952
Fazendeiro do Ar, poesia, 1953
Ciclo, poesia, 1957
Fala, Amendoeira, prosa, 1957
Poemas, poesia, 1959
A Vida Passada a Limpo, poesia, 1959
Lições de Coisas, poesia, 1962
A Bolsa e a Vida, crônicas e poemas, 1962
Boitempo, poesia, 1968
Cadeira de Balanço, crônicas e poemas, 1970
Menino Antigo, poesia, 1973
As Impurezas do Branco, poesia, 1973
Discurso da Primavera e Outras Sombras, poesia, 1978
O Corpo, poesia, 1984
Amar se Aprende Amando, poesia, 1985
Elegia a Um Tucano Morto, poesia, 1987