MEU DIREITO SÓ VAI ATÉ ONDE COMEÇA O DO OUTRO!
Não se trata de esquerda ou direita, mas, antes, de abdicarmos da moral oportunista que nos faz cínicos e hipócritas. Falamos o tempo todo de políticos como se fossem extraterrestres, mas todos sabemos que os políticos são amostragem da própria sociedade que os elege. Todos nós temos que modificar a nossa postura diante do coletivo, da comunidade, seja ao jogar lixo na rua, seja ao parar em fila dupla no trânsito, seja ao tentar subornar agentes públicos, seja tentando conseguir uma ajudar extra-oficial de um conhecido que trabalha em órgãos públicos, seja ao comprar produtos piratas...
ou seja, toda vez que colocamos o nosso interesse particular à frente de todos e de tudo, estamos adotando a mesma atitude que repudiamos nos políticos. Eles apenas têm mai
s acesso... Na Grécia antiga fazia-se o contraste entre o koinón, equivalente ao público, e o ídion, o equivalente ao privado. Deste último termo, veio a expressão pejorativa idiótes, com o sentido de vulgar, de ignorante, de pessoa que apenas se preocupava consigo mesmo, em oposição ao polítes, ao cidadão. Ou seja, quem quiser salvar a sua árvore que proteja a floresta!
No Século XVII esvaziavam os seus fétidos penicos/urinóis pela janela, diretamente na rua. Absurdo? E o que dizer de que até pouquíssimo tempo todos entendiam certo levar o seu cachorro para fazer as suas necessidades nos espaços públicos? E muitos ainda fazem... Será, realmente, que precisamos de uma Lei punitiva para tudo? Só assim aprendemos?
Acho importante protestar! Essencial lutar pelos direitos, afinal todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta. Todo e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. Mas entendo, também, que devemos revolucionar a nossa própria existência cotidiana. Falar é fácil, apontar o dedo aos erros alheios, também. Agora, ter uma ação coerente com o discurso...