segunda-feira, 8 de outubro de 2012

PAULO HENRIQUE AMORIM COMENTA O LIVRO " A COR DA PELE" LANÇADO PELO INSTITUTO MEMÓRIA

Secretário da Justiça da Bahia associa diretor da Globo a racismo 

Na sociedade racista brasileira o normal é ser branco
Almiro Sena é Secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia. Sena é Promotor de Justiça do Ministério Público da Bahia e Coordenador do Grupo e Atuação especial de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa no MP da Bahia.
Sena é autor do livro “A Cor da Pele”, do Instituto Memória Editora.

A epígrafe do livro é “na sociedade racista brasileira o normal é ser branco.”

Este ansioso blogueiro recomenda especialmente o capítulo “A negação do racismo como discurso eficiente para sua disseminação”.

Ali, Sena examina célula por célula a “obra” de autor de um trabalho sub-científico de titulo “Nós (nós, quem ? – PHA) não somos racistas”.

Sena também examina um outro sub-cientista de sobrenome Magnoli.

Sobre Kamel, diz Sena: “… o discurso da negação termina por reforçar a existência do racismo, pois além de obstar a sua desconstrução ideológica entre o grupo discriminador, tem o efeito, peculiarmente perverso, de dificultar, mais ainda a conquista da igualdade material por parte do grupo discriminado, já que contesta qualquer medida concreta de redução de desigualdade entre ambos. Ademais, novamente, avilta à dignidade dos que são historicamente ofendidos pelo racismo, transformando-os , aos olhos dos incautos, nos ‘verdadeiros racistas’.

Como se sabe, Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da História da Globo, se vale do púlpito das Organizações (?) Globo para combater as cotas nas universidades, com a obstinação de um cruzado.

Sena, porém, não escreveu o livro para combater Kamel.

Ele tem mais com que se preocupar.

E demonstra com um zelo profissional irreparável como, por exemplo, a ideologia da “eugenia” e sua derivação “eugenia social” se impôs ao pensamento conservador brasileiro.

Sena desconstrói o sub-argumento (Kamel é um dos usuários) conservador de que depois da Abolição não houve obstáculos legais à ascensão do negro.

Papo furado, mostra o autor no capítulo “A condescendência da legisla
ção brasileira com o racismo”. 


Paulo Henrique Amorim

A Cor da Pele: na sociedade racista do Brasil o normal é ser branco
Autor: Almiro Sena
Páginas: 239 pgs.
Ano da Publicação: 2010
Editora: Instituto Memória
Preço: R$ 45,00

 
SINOPSE
A exclusão social de grande parcela da população brasileira, sobretudo das pessoas de fenótipo negro, classificadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como pretas ou pardas, é um fato constatado em inúmeros estudos das mais diversas e importantes instituições nacionais e estrangeiras. Este livro busca assinalar como   a cor da pele das pessoas influencia diretamente na existência dessa exclusão. Sendo o racismo no Brasil decorrente do fenótipo e não, como ocorre nos Estados Unidos,   relacionado ao genótipo, o conjunto de caracteres físicos superficiais, dos homens, mulheres e crianças, irá facilitar ou dificultar a vida de cada um deles no país.  Assim, destaca-se como o discurso hipócrita da negação do racismo, produz e reproduz inúmeras barreiras sociais contra o desenvolvimento humano da população negra no Brasil. Ressalta-se também: a importância de compreender-se, à luz da ciência contemporânea, os conceitos fundamentais para o debate acadêmico acerca do desenvolvimento humano e da questão étnico/racial; a ocultação das barreiras institucionais contra a população negra no Brasil; a condescendência da legislação brasileira com o racismo no país; o sistema de cotas e a meritocracia brasileira; a  especificidade do racismo no Brasil; e  o racismo e sua relação com o sistema de justiça criminal no país. O livro, nuclearmente, utiliza-se, da Dissertação apresentada, pelo autor,  ao curso de Mestrado Profissional Multidisciplinar em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social da Fundação Visconde de Cairu, Salvador-Bahia, em 2009, para fazer uma reflexão crítica, sob a perspectiva étnico/racial, acerca da sociedade brasileira.    Utilizou-se a abordagem metodológica qualitativa, por meio de pesquisa bibliográfica e documental, aliada à observação participante, usando-se, como referencial teórico, autores clássicos no estudo do tema,  ao lado de outros, cuja produção acadêmica nessa área é mais recente. Usou-se, também como fonte de coleta de dados e informações: a) instituições públicas e privadas de elevada credibilidade nacional e internacional; b) leis, já revogadas ou em vigor, destacando-se a análise da Lei n° 11.343 de 23 de agosto de 2006(Lei de Tóxicos); c) pronunciamentos de autoridades públicas e pessoas de destaque social sobre a desigualdade social e o racismo no Brasil.  Sustenta-se, ainda, que o discurso da negação do racismo no país funciona como defesa importante na manutenção dos privilégios auferidos em decorrência do preconceito e da discriminação racial e, ao mesmo tempo, serve como instrumento contra a implementação de medidas efetivas de promoção da igualdade. Por fim, entende-se que a presente obra possa ser útil como um indicativo para a formulação de políticas públicas que contribuam efetivamente para o desenvolvimento humano das pessoas agredidas pelo preconceito e pela discriminação racial, bem como para o estudo da sociedade brasileira, considerando-se devidamente a importância da questão étnico-racial no país.

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