“ Em vão percorro a cidade
com meus claros olhos de antes.
As ruas não são as mesmas . . .
E são outros os passantes.”
Helena Kolody
Ah, Curitiba!
Curitiba dos vampiros e polaquinhas;
Curitiba dos jogos de búrico;
Curitiba das pêras d´água, ameixas, pêssegos e caquis;
Curitiba das quaresmeiras e do LeitÊ –QuentÊ;
Curitiba que acendia o foco, benzia os carros nos Capuchinhos e fazia novena na Igreja do Perpetuo Socorro.
Ah, Curitiba!
Curitiba dos bosques da Providência e Cruzeiro;
Curitiba dos pianos Essenfelder;
Curitiba dos bailões e dos bidês – criados mudos;
Curitiba de comer cuque e schnecke;
Curitiba da vinawurst e rollmops;
Curitiba do trubisko, capilé e barquilha.
Ah, Curitiba!
Curitiba do bigorrilho, e não Champagnat;
Curitiba do zoológico no passeio público e da rodoviária no Guadalupe;
Curitiba dos bondes e belvederes;
Curitiba da antiga escola normal e da mestra Júlia Wanderlei – eterna;
Curitiba do Campo do Poti e do Campo da Galícia.
Ah, Curitiba!
Curitiba da padaria do Adolfo Mueller e do cine Palácio;
Curitiba das balas Zequinha, do dirigível e da neve;
Curitiba da Otília e do bar Guairacá;
Curitiba da HM do Rio Grande ao Grande Rio;
Curitiba da ZYM-5, a voz nativa da terra dos pinheirais;
Curitiba de Nhô Belarmino e Nhá Gabriela e as mocinhas da cidade;
Curitiba de Leminski e Poty;
Curitiba de Helena Kolody.
Ah, Curitiba!
São tantas as lembranças que não pude ter,
Ah, Curitiba!
Anthony Leahy
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