Bem, em se tratando de obras científicas, é mais fácil verificar a atualização das informações e a forma da abordagem, o viés analítico, o desenvolvimento crítico...
Mas, se for uma obra de literatura, temos que ter cuidado para não confundir nossas crenças, pudores, valores e gostos com a efetividade da obra. Não podemos fazer da análise uma espécie de patrulhamento ideológico. Uma editora séria prega a diversidade de ideias e ideais, promovendo e defendo o contraditório. Não tem como ser diferente. Não existe espaço para hipocrisia e falso moralismo. Não lançamos livros para nós mesmo e sim para a sociedade! Perder este norte representa perigo para a liberdade de pensamento e perigo comercial!
Devemos ter extremo cuidado com o "pequeno poder" que nos faz enxergar a possibilidade de avaliação da produção alheia nosso trono de compensação de frustrações pessoais... Perigoso!
Como julga os poemas eróticos de Drummond? Negar? E o poema sujo do Ferreira Goulart?
E será que temos, realmente, conhecimento bastante para chegar ao entendimento do proposto no livro? Noutro dia vi em um parecer que "o autor tentou, mas não conseguiu..." ou será limitação do pretenso censor? Isto é muito sério!
Vejam e reflitam:
O premiado autor Gabriel García Marquez enviou o seu livro "O enterro do diabo" para uma editora na Argentina, e recebeu os originais de volta com uma carta de um pretenso crítico, o qual o aconselhava: "Dedique-se a outra coisa". Prepotência? Empáfia?
A britânica J.K. Rowling, criadora da série Harry Potter, teve seus originais recusados por diversas editoras! Imagine o tamanho do remorso dessas editoras ao ver que além de ter a série mais vendida de todos os tempos, a autora entrou para a lista das mulheres mais ricas do mundo. Possivelmente um "grande analisador" entendeu que a obra não tinha valor literário...
OUTROS CASOS FAMOSOS:
1) Stephen King: Sempre entre os "top 3" no quesito de autores mais bem pagos, o autor de "Carrie, a estranha" e vários outros livros assustadores, foi rejeitado por dezenas vezes em seu primeiro romance. Uma das editoras disse: Não estamos interessados em ficção científica que tratam de utopias negativas. Eles não vendem.
2) Anne Frank: Segundo uma editora, "O Diário de Anne Frank", que já foi traduzido para mais de 50 línguas e possui atualmente mais de 25 milhões de cópias vendidas, era uma leitura que não valia a pena: A menina não me parece ter uma percepção especial ou sentimento que iria elevar esse livro acima do nível de "curiosidade".
3) George Orwell: Uma das editoras que rejeitaram o grande clássico do autor, "A Revolução dos Bichos", foi curta e grossa: É impossível vender histórias sobre bichos nos EUA.
4) Vladimir Nabokov: O primeiro livro do autor, "Lolita", foi recebido pela editora com as seguintes palavras: "... esmagadoramente nauseante, até para um freudiano iluminado... A coisa toda é uma mistura de uma realidade medonha e uma fantasia improvável. Muitas vezes se torna um sonho neurótico selvagem...Recomendo que ele seja enterrado sob uma pedra por mil anos."
5) Margaret Mitchell: Com seu primeiro livro que se tornou um filme de muito sucesso, a autora teve seu livro rejeitado por nada mais nada menos que 38 vezes até finalmente encontrar quem publicasse "... E o Vento Levou".
6) Saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer: Os originais de Crepúsculo foram rejeitados com a resposta em uma carta desqualificando a obra.
7) Dublinenses, de James Joyce: Um dos escritores mais influentes do século XX, amargou 22 rejeições dos originais deste livro de contos, sendo impressos inicialmente 1.250 cópias, e vendendo no primeiro ano apenas 379, das quais 120 haviam sido compradas pelo próprio Joyce;
7) Dublinenses, de James Joyce: Um dos escritores mais influentes do século XX, amargou 22 rejeições dos originais deste livro de contos, sendo impressos inicialmente 1.250 cópias, e vendendo no primeiro ano apenas 379, das quais 120 haviam sido compradas pelo próprio Joyce;
TODO CUIDADO É POUCO! Posso verificar a coerência narrativa, o desenvolvimento da obra, tentar fazer uma avaliação de risco comercial pois a área cultural no Brasil é auto risco, principalmente se o autor não é famoso e não tem acesso à mídia, mas sempre respeitando o autor. Quem sou eu para afirmar quem tem ou não tem talento? Lembrem-se: sem escritores não existem editoras mas escritores existirão sempre! Acredite sempre em seu sonho.
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